O Museu do Laboratório de Pesquisas Paleontológicas (LPP) é vinculado ao Museu Universitário da UFAC. O LPP foi criado em maio de 1983 com o objetivo de abrigar os fósseis reunidos à época pelo eminente Paleontólogo Dr. Alceu Ranzi e estudar o rico material fossilífero do Estado do Acre. Este material tem sido coletado desde a década de 70 nas margens de rios e estradas do Acre e sul do Amazonas e atualmente conta com mais de 8 mil peças no acervo. O museu tem um forte caráter regional, os itens expostos são fósseis e suas réplicas de animais pré-históricos de duas Épocas geológicas encontradas nas rochas sedimentares do Estado do Acre e sul do Amazonas, a saber: o Mioceno (23 a 5 milhões de anos atrás (Ma)) e o Pleistoceno (2.6 Ma a 11.7 mil anos atrás). Em ambas, o gigantismo dos animais chama a atenção, com o registro de jacarés de mais de 10 m de comprimento, gaviais (hoje só ocorrendo na Ásia), tartarugas e jabutis gigantes, tatús com tamanhos de pequenos carros, além de bichos-preguiça terrestres com mais de 2 toneladas, mastodontes (parentes extintos dos elefantes), toxodontes (grupo de mamífero extinto nativos da América do Sul), entre outros. Toda esta riqueza tem sido continuamente estudada por paleontólogos do Acre com colaboradores externos do Brasil e do exterior, alguns dos quais foram formados pela UFAC e dedicaram suas vidas profissionais à paleontologia do estado (Dr. Alceu Ranzi, Dr. Jonas Pereira de Souza-Filho, Dr. Francisco Ricardo Negri, Dr. Edson Guilherme e Msc. Andréa Aparecida Maciente).

Este trabalho tem amplo reconhecimento nacional e internacional, em 2002 a UFAC sediou a 17ª edição do Congresso Brasileiro de Paleontologia, trazendo dezenas de pesquisadores e alunos para o evento. Ainda em 2002, reportagem do programa Globo Repórter (Rede Globo) visitou uma das localidades fossilíferas juntamente com pesquisadores da UFAC. Em 2010, a literatura geo-paleontológica descreveu uma fase geológica/paleoambiental conhecida como “Acre phase” publicada na prestigiosa revista Science (Hoorn et al., 2010). Tudo isto ajudou a consolidar o conhecimento sobre o registro fossilífero do estado como um dos mais importantes na história geológica do país e em especial da Amazônia. O museu está localizado no campus da UFAC, em Rio Branco, fica anexo ao laboratório (LPP-UFAC) no Pavilhão Francisca Corina, desde 1998, e é aberto ao público em geral para visitação gratuita. O laboratório é coordenado pelo Prof. Dr. Edson Guilherme, que atua no LPP há cerca de 30 anos, além do ingresso recente do Prof. Dr. Carlos D’Apolito. Além destes, o LPP conta com uma técnica de nível superior (Msc. Andréa Aparecida Maciente), e, no momento de submissão desta proposta, com seis estagiários de graduação em biologia.